A cheia histórica no RS e os impactos devastadores nos automóveis submersos

13.06.2024 - Fonte: Seguro Catarinense

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A cheia histórica que atingiu diversas cidades no Rio Grande do Sul trouxe danos incalculáveis à população, incluindo a destruição de inúmeros automóveis. Tanto carros modernos e sofisticados, como modelos mais populares, ficaram completamente submersos, tornando sua recuperação um desafio quase impossível. A situação é ainda mais complicada pelo fato de que, em 90% dos casos, as baterias permaneceram no lugar, mantendo os veículos energizados durante a inundação.

Dagoberto Generoso, empresário do setor automotivo, exemplifica a gravidade da situação, baseando-se no prejuízo estimado para um automóvel com valor de mercado entre 50 e 60 mil reais: "São três níveis de danos: quando a água atinge os pedais, será necessário realizar higienização. No caso da enchente atingir a altura dos bancos, trará dano aos carpetes, forro das portas e a máquina de vidro além, é claro dos assentos, elevando o valor dos reparos. Um carro totalmente submerso, na grande maioria das vezes, é perda total, já que o motor, caixa de câmbio, toda a injeção eletrônica, módulos, sistema de ar condicionado e direção hidráulica ou elétrica são comprometidos”.

Generoso acredita que, aproximadamente, 90% dos veículos afetados pela cheia não serão recuperados. Fato que gerará um grande impacto financeiro, não apenas para as seguradoras, que terão procura recorde, como para os proprietários que não possuem nenhum tipo de seguro.

Automóveis mais antigos, especialmente os modelos carburados e com injeção comum, têm uma chance melhor de recuperação, pois demandam uma mão de obra mais simples. "Tirando o óleo da caixa e do motor já é possível fazer o carro funcionar novamente", afirma o proprietário de um centro de desmanche veicular. No entanto, muitos veículos ficaram mais de 20 dias submersos, tempo excessivamente longo, que compromete ainda mais a recuperação.

Explicação que vem da Eletrólise

A explicação para os danos irreversíveis em muitos carros modernos está no processo de eletrólise. Esse fenômeno físico-químico utiliza energia elétrica para forçar a ocorrência de reações químicas que produzem substâncias não encontradas naturalmente ou em grande quantidade. Quando um veículo fica submerso com a bateria energizada, a eletrólise pode ocorrer, danificando componentes metálicos e elétricos de forma irreparável. “Um exemplo simples desse processo é quando se pega uma bateria, um fio e um pedaço de metal, aplica-se cargas negativa e positiva e submerge na água, resultando na deterioração do fio através da eletrólise”, contextualiza Dagoberto.

A duração da submersão é um fator crucial. Um veículo alagado que é removido da água em até três dias tem maiores chances de ser recuperado com facilidade. Entretanto, carros que ficaram submersos por períodos prolongados, como aconteceu em muitos casos durante a cheia, apresentam uma probabilidade muito alta de recuperação apenas da carcaça, sem viabilidade de restaurar os sistemas internos.

 

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