Alta de aluguéis de imóveis faz busca por seguro fiança crescer

29.05.2024 - Fonte: Revista Cobertura

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Em meio a um aumento de quantidade de contratos e alta de valores dos aluguéis, principalmente residenciais que, segundo dados do Índice FipeZAP ficaram, em média, 16,16% mais caros em 2023, este cenário também tornou crucial a contratação do Seguro Fiança Locatícia. Já que, segundo Luiz Longobardi Junior, diretor de Mercado, Comercial e Marketing (CCO) da Lojacorr, maior rede de corretoras de seguros do país, com a alta do valor do aluguel a chance de inadimplência também se tornou uma realidade. “Esse seguro traz tranquilidade tanto para os proprietários quanto para os inquilinos, porque garante o pagamento de indenização ao locador do imóvel quando houver inadimplência do locatário”, explica.

Ainda de acordo com o diretor, o produto está previsto na lei do inquilinato e faz uma substituição mais segura. “O seguro fiança substitui as garantias tradicionais, como fiador e caução. Oferecendo uma cobertura mais ampla e segura, garantindo também o pagamento dos aluguéis conforme estipulado no contrato de locação, incluindo multa moratória de até 10%, além de poder cobrir despesas como IPTU e taxas condominiais”, fala.

Como apontado por ele, um dos principais benefícios é de não precisar colocar um fiador, figura de pessoa física que esteve como principal garantia no Brasil por diversos anos. Já que mesmo tendo um imóvel próprio, nem sempre possui recursos para arcar com a dívida financeira do locatário. Em alguns casos de devedores, a falta de pagamento acaba tramitando em um processo judicial que vai se prolongar por um longo prazo. E só depois de esgotar todas as possibilidades de cobrança do locatário é que é feita a cobrança ao fiador, é o que explica Vanderlei Boiça Lima, corretor de seguros e diretor Regional do Sincor-SP, especialista em garantias securitárias locatícias desde 2000.

Segundo ele, há casos em que quando foi feita a cobrança ao fiador, já nem existia mais o imóvel para garantia. Mesmo quando há, existe um trabalho moroso para leiloar um imóvel para pagar o aluguel devido. “Nesse período todo, o locador ficou sem receber, a imobiliária tem um custo enorme para gerir essa inadimplência com cobradores, funcionários, ligações, visitas e desgastes. E o dinheiro mesmo demora ou nem aparece”, explica.

Outro benefício destaque é a não necessidade de fazer um depósito de caução. Seja ele de bens móveis (colocando por exemplo um carro ou moto de garantia) e bens imóveis (como colocar uma casa como garantia) ou caução em dinheiro. “Esses itens em garantia são complicados porque dependem de vários fatores como alienação do bem, se tem seguro, multa, se está circulando ou apreendido”, descreve. E no caso de caução em dinheiro, a complicação é a mesma, explica Lima. Nessa situação, o valor máximo permitido é de até três vezes o valor do aluguel. Se receber mais que isso, o locador ou imobiliária correm o risco de serem presos.

A lei tem impactos severos para esse tipo de prática. Caso o locatário atrase já no primeiro mês, apenas a notificação demora 60 dias para ocorrer. “Aí o locador/imobiliária já levam prejuízo. A garantia já esgotou e você não tem mais recurso nenhum para tirar aquele locatário do imóvel. Por isso, três meses de caução não é garantia nenhuma. Então, são infindáveis as vantagens de ter uma garantia financeira concreta e certa, que é o seguro-fiança oferecendo liquidez”, diz.

O produto se destaca também por poder incluir na cobertura as contas de consumo de água, desde que estejam no nome do proprietário, explica o diretor da Lojacorr, Longobardi Jr. E tem o diferencial de poder proporcionar assistência residencial 24 horas para diversas necessidades. “Entre elas: chaveiro, eletricista, encanador e até reparos de eletrodomésticos como geladeira, máquina de lavar, fogão e muito mais”, explica ele.

Crescimento no mercado segurador

Em crescimento no mercado segurador, o seguro fiança tem sido muito procurado. Dados da Susep – Superintendência de Seguros Privados, entre janeiro e dezembro de 2023, o produto arrecadou, no Brasil, R$ 1,390 bilhões. Sendo pagos mais de R$ 568,6 milhões em indenizações. E um levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) mostrou que o ramo teve alta de 195% entre 2020 e 2024, passando de pouco mais de R$ 44 milhões para quase R$ 130 milhões. Gerando também uma oportunidade para o corretor de seguros.

Segundo Roberto Arbex Junior, da Aporé Corretora de Seguros de Ribeirão Preto (SP), parceiro Lojacorr e especialista nesse tipo de seguro, o produto começou a ganhar mais força pela baixa no custo devido a uma certa popularização desse seguro e depois da mudança na legislação. “Com a mudança, a justiça pode alienar um bem onde mora a família. Com isso, o fiador passou a não querer mais servir de garantia para o inquilino. E desta maneira, as companhias seguradoras tornaram o produto mais acessível”, aponta.

Roberto Arbex Junior conta ainda que a sua corretora cresceu 45% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado com o seguro fiança. E explica que, para o corretor ser assertivo, deve buscar parcerias com imobiliárias para desenvolver sua carteira e defende que há espaço para esse seguro crescer. “O que falta para que o produto ganhe mais mercado é os corretores enxergarem essas oportunidades e se convencerem de que é um bom negócio investir sua atuação nesta solução”, diz. Já que relata que para o corretor há os benefícios de se ter um ticket médio alto e o benefício da comissão que se caso fechar um contrato de 30 meses a comissão é igual. Além disso, há poucos especialistas nesse ramo, o que mostra grandes oportunidades de negócios.

Pensando nesse cenário que a Lojacorr lançou este mês um curso gratuito com 7 módulos sobre “Como vender seguro fiança”. Focado na especialização do corretor de seguro, desde a introdução sobre o seguro fiança, entender o perfil do cliente, as necessidades de cada um dos produtos e coberturas disponíveis no mercado, aprender técnicas de venda e negociação, saber operacionalizar esses processos, atender aos sinistros e ver alguns cases de sucesso de outros corretores. As inscrições estão abertas e são voltadas a todos os profissionais do mercado de seguros.

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