CNseg divulga plano para elevar de 4,6% para 10% a participação de seguro no PIB até 2030
16.03.2023 - Fonte: Sonho Seguro
Com o consumidor no centro da estratégia de sua criação, o PDMS reúne 65 iniciativas, divididas em quatro eixos de atuação, que balizarão as ações no setor pelos próximos anos e impactarão toda a sociedade
Aumentar a parcela da população atendida em 20% pelos diversos produtos do mercado de seguros, previdência aberta, saúde suplementar e capitalização. Elevar o pagamento de indenizações, benefícios, sorteios, resgates e despesas médicas e odontológicas dos atuais 4,6% do PIB para 6,5% do PIB. Como consequência, a meta é que o mercado atinja 10% do PIB nacional em 2030.
São 65 metas do Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros, Previdência Aberta, Saúde Suplementar e Capitalização (PDMS), lançado em evento realizado pela CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), na manhã desta quinta-feira (16), em São Paulo. “O Plano foi criado a partir da percepção de que o mercado de seguros pode gerar mais reservas para a poupança nacional e direcionar mais recursos para importantes projetos nacionais, ao apoiar iniciativas públicas e privadas. Assumimos riscos das mais diversas atividades econômicas e oferecemos proteção aos indivíduos e às empresas”, ressalta Dyogo de Oliveira, presidente da CNseg.
Segundo ele, o estudo é fruto do esforço conjunto da CNseg, suas federações associadas – FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap –, a Fenacor e diversas empresas do mercado de seguros brasileiro, o plano apresenta metas claras e propõe mudanças para o ecossistema do seguro que impactarão no desenvolvimento sustentável do setor e, consequentemente, na sociedade brasileira. “Este plano não é para ficar na biblioteca. Ele só terá sucesso se todos se engajarem. Por um motivo simples. A indústria de seguros contribui de forma decisava para a melhora da qualidade de vida das pessoas”, afirmou Oliveira.
Marcos Barbosa Pinto, secretário de Política Econômica, afirmou que o setor de seguros é de extrema importância para a Ministério da Fazenda. “Temos muito espaço para crescer no Brasil. Ainda estamos longe de países da OCDE e de alguns vizinhos da América Latina. Venho de um setor correlato, que é de valores imobiliários. E demos um salto grande. E entre as principais mudanças foi reduzir o custo regulatório e facilitar o acesso das empresas ao mercado”, comentou em sua fala no evento.
Ele citou a instrução 476, divulgada quando fazia parte do quadro da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que reduziu a burocracia sem tirar a segurança do investidor. “É isso que precisamos em seguros. Revisitar a legislação, torná-la menos custosa, sem nunca perder a segurança dada ao consumidor”, afirmou.
Barbosa Pinto entende que a população mais pobre é a que mais precisa e necessita de seguros. “Por isso nos dedicamos ao desenvolvimento de mecanismos para isso. Vamos sentar e conversar com todos para melhorar a arquitetura institucional do setor, como já aconteceu em outros setores como CVM e Banco Central. Precisamos fortalecer a Susep para que ela promova a reforma no arcabouço regulatória”.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, pede para a secretaria de Politica Economica jogar no ataque, não só em reformas. “Ou seja, colocar a mão na massa, consertar o cano que esta estragado. Queremos entregar reformas importantes, como seguros, previdência complementar e de saúde”, citando especificamente o DPVAT, seguro obrigatório de veículos, e usar mais o potencial do seguros financeiros na área de infra-estrutura. Na agenda de longo prazo, afirmou que vão avançar em previdência complementar.
O secretário do Ministério da Fazenda também tem planos para flexibilizar os investimentos das seguradoras, que tem uma carteira superior a R$ 1,5 trilhão. “Em reservas técnicas, convido o setor para entender como podemos fazer com que a poupança popular chegue ao investimento produtivo. Não é sensato fazer isso sentado em Brasilia, sem discutir as medidas e seus impactos com todos voces do mercado seguarador”.
O programa
No PDMS, foram definidos 4 eixos de trabalho – imagem do seguro, canais de distribuição, produtos e eficiência regulatória – divididos em 65 iniciativas, que irão balizar as ações nesta indústria de 2023 a 2030, tanto no âmbito do setor público quanto no do privado.
Os efeitos das medidas e ações propostas no Plano podem ser resumidos nos 7 Ps do PDMS. A conjugação de cinco Ps, agindo pela Oferta e pela Demanda, simultaneamente, gera o resultado de mais dois Ps, que são as repercussões esperadas para as empresas e os consumidores.
Proteção, popularização e poupança são os 3 Ps do objetivo de elevar a oferta. Já pelo lado da demanda, o esforço está concentrado em aumentar a participação no PIB e a percepção do consumidor através do conhecimento e comunicação. Como resultado, elevamos a penetração do seguro no país e com isso o setor tem condições de reduzir o preço do seguro, o que gera uma ciclo virtuoso deste importante segmento da economia.
“Os dados mostram um aumento no pagamento de indenizações, benefícios, resgates e sorteios (sem Saúde e sem DPVAT), que somaram mais de R$ 219,4 bilhões em 2022, volume 15,5% superior a 2021. Quando falamos em arrecadação, o setor viu em 2022 a demanda avançar 16,2% em relação ao ano anterior, com mais de R$ 355,9 bilhões em arrecadação (sem Saúde e sem DPVAT)”, comentou Alexandre Leal, diretor técnico e de Estudos da CNseg e responsável pela coordenação geral do PDMS.