Enchentes no RS deixarão o seguro do carro mais caro no resto do Brasil?

10.06.2024 - Fonte: Auto Esporte

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Especialista explica se a tragédia vai afetar o bolso dos donos de automóveis em todo o Brasil

A tragédia que aconteceu no Rio Grande do Sul afetou 417 cidades e mais de 1,4 milhão de pessoas. E além de perda de casas e pertences, muitos gaúchos ainda tiveram prejuízos com seus carros por causa das enchentes. Desta forma, o impacto financeiro também será grande para as seguradoras de automóveis. Será que isso vai encarecer o preço das apólices futuramente?

De acordo com Odorico Rebelo, gerente de Seguros e Benefícios da Osten Seguros, o valor do seguro dos automóveis (e de todos os setores) vai subir em todo o Brasil. “O Rio Grande do Sul não tem capacidade financeira para alocar todo esse custo gerado territorialmente. Então, certamente, isso deve desencadear uma readequação nos prêmios nos seguros em âmbito nacional”, explica.

Em relação ao acréscimo, o executivo informa que ainda é difícil estimar com clareza quanto será o repasse de cada seguradora. Ainda assim, afirma que o aumento possa ser de pelo menos dois pontos percentuais no valor do prêmio.

Os valores, aliás, devem começar a ficar mais caros a partir de julho. Isso porque, normalmente, as seguradoras analisam os resultados ao fim de cada trimestre. Além disso, o número de sinistros no fim de junho já será mais compatível com o prejuízo real dos automóveis no estado.

Vale lembrar que, segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), 8.216 registros de veículos inundados já foram feitos para seguradoras e mais de R$ 557 milhões serão pagos aos clientes. O número, no entanto, ainda é preliminar e a previsão é de que o valor chegue em R$ 8 bilhões. De qualquer forma, essa já é a maior indenização já feita no mercado de seguros no Brasil.

O que explica o aumento?
Odorico Rebelo explica que o princípio do seguro rege dentro do mutualismo. “Na prática, isso significa que todos pagam para só alguns utilizarem o serviço. E as seguradoras têm uma capacidade financeira para subsidiar esses eventos, no entanto, em casos de catástrofe, perdem o lastro”, explica.

É justamente por esse motivo que toda seguradora tem uma resseguradora por trás — que é a responsável pelos riscos e têm atuação global. Portanto, são essas empresas que repassam os custos, que, consequentemente, acabam chegando nos clientes.

Uma maneira de reduzir o impacto no bolso dos motoristas, segundo o gerente, é com a contratação de seguros com duração de dois anos. “Optar por um seguro mais duradouro pode reduzir o custo de aquisição em torno de 10%. Além disso, esse valor é pré-fixado por 24 meses, garantindo uma ancoragem nos preços e oferecendo maior previsibilidade financeira ao segurado”.

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