Relatório global da Allianz projeta crescimento acelerado do mercado no Brasil

23.06.2023 - Fonte: CQCS

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Publicado recentemente pelo grupo Allianz, o “Relatório Global de Seguros 2023”, que analisa o desempenho do setor em todo o mundo, indica que, no Brasil, os prêmios de seguros devem aumentar 9% ao ano, atingindo 108 bilhões de euros em 2033. Segundo o estudo, os ramos elementares devem continuar a ser o segmento mais importante (51 bilhões de euros), seguido pelo Vida (29 bilhões de euros) e Saúde (28 bilhões de euros).

Em 2022, de acordo com o relatório, o mercado de seguros do Brasil aumentou 6,9 bilhões de euros ou 19,9%, atingindo uma receita total de prêmios de 41,8 bilhões de euros.

Esse aumento foi impulsionado pelos ramos elementares (+24,3%), que se mantiveram, naturalmente, como o maior, com 21,5 bilhões de euros em receitas de prêmios.

Outros dois segmentos, no entanto, também apresentaram crescimentos robustos: os prêmios de Vida aumentaram 14,8%, para 8,7 bilhões de euros; e os prêmios de Saúde com 15,9% a mais, chegaram a 11,6 bilhões de euros.

Ainda de acordo com o relatório, o setor de seguros não pode atuar diretamente na inflação, mas pode suavizar o impacto ao longo do tempo, atuando como uma espécie de amortecedor. Para o economista-chefe do Grupo Allianz, Ludovic Subran, o seguro é um amortecedor essencial, pois “suaviza a curva do ciclo econômico” para seus clientes. “A inflação em seguros pessoais, como automóvel e residência, ficou atrás da inflação global por uma ampla margem no ano passado”, exemplificou Subran.

Em termos econômicos, o relatório aponta que navegar em um ambiente inflacionário será o maior desafio nos próximos anos. Cinco fatores estruturais determinarão a inflação,: demografia, “desglobalização”, descarbonização, digitalização e dívida. No geral, esses cinco “Ds” podem elevar significativamente a inflação anual em até 1%. “O seguro comprova seu valor em tempos turbulentos, de alta inflação e baixo crescimento”, ressaltou Ludovic Subran.

MUNDO

O estudo apurou que a receita global de prêmios de seguros totalizou 5,6 trilhões de euros em 2022. Vida continua a ser o maior segmento (2,6 trilhões de euros), à frente de Ramos Elementares (P&C) (1,8 trilhão de euros) e de Saúde (1,1 trilhão de euros).

Em 2022, o pool de prêmios globais cresceu 259 bilhões de euros ou 4,9% – tendo como cenário uma taxa de inflação global de 8,6%.

Os três segmentos, no entanto, tiveram desempenho muito diferente: enquanto Ramos Elementares (P&C) registrou crescimento robusto de 8,7%, Saúde expandiu de forma mais modesta, com aumento de 4,9%. O avanço do mercado de seguros de Vida foi de modestos 2,4%: a renda real reduzida das famílias afetou poupanças privadas.

A alta nos prêmios de Ramos Elementares (P&C) foi impulsionada por todas as regiões ao redor do globo. No entanto, com 77,5 bilhões de euros (aumento de 9,9%), mais da metade do avanço global em 2022 veio apenas da América do Norte.

Com uma receita em prêmios de 860 bilhões de euros, a região continua a ser, de longe, o maior mercado a nível mundial.

A Ásia também registrou um crescimento saudável de 8,4% no ano passado, com 31 bilhões de euros). Com uma receita total de prêmios de quase 403 bilhões de euros, a região ultrapassou a Europa pela primeira vez (+4% ou 15 bilhões de euros, chegando a 397 bilhões de euros).

TECNOLOGIA

O estudo indica também que a tecnologia deverá mudar a forma como as seguradoras operam. Os ecossistemas, por exemplo, desempenharão um papel decisivo no acesso do cliente, oferecendo não apenas produtos individuais, mas soluções abrangentes para as suas necessidades, seja para mobilidade, moradia, viagens, renda ou saúde. Já a inteligência artificial abrirá “possibilidades inimagináveis na análise de dados”, revolucionando toda a cadeia de valor, desde a subscrição até o tratamento de sinistros. “Preservando sua relevância social, a indústria enfrenta uma mudança fundamental em seu modelo de negócios”, disse Michaela Grimm, coautora do Relatório.

Segundo ela, a proposta de valor das seguradoras evoluirá de pura compensação financeira para gestão de riscos e ofertas holísticas de serviços, que previnam e mitiguem riscos. “Isso segue uma lógica inescapável: para fechar as enormes lacunas de proteção – em catástrofes naturais, cyber, saúde ou previdência – mobilizar mais prêmios pode não ser suficiente. Evitar riscos, em primeiro lugar, torna-se cada vez mais importante.”, pontuou a especialista

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