Seguro pode impedir que harmonização facial errada acabe com a carreira do dentista?
18.08.2023 - Fonte: InfoMoney
Enquanto o jogador de futebol argentino Lionel Messi teve seu pé esquerdo segurado por uma soma colossal de 900 milhões de euros, a cantora norte-americana Taylor Swift já pagou o equivalente a 122 milhões de reais em um seguro para suas pernas.
Mas não são somente os famosos como eles que se preocupam em buscar proteção pensando em garantir o futuro de suas carreiras. Profissionais liberais como advogados, contadores, médicos e dentistas são alguns exemplos de autônomos que têm procurado se proteger de situações que possam encerrar a carreira antes do tempo.
O cirurgião-dentista Mario Cappellette Jr. é um deles. O profissional, que também é presidente da Associação Brasileira de Odontologia de São Paulo, adquiriu dois seguros diferentes para este fim:
- cobertura de responsabilidade civil profissional, que cobre possíveis danos causados por ele no atendimento aos pacientes;
- cobertura de acidentes pessoais que o impossibilitem de executar o seu trabalho (no seu caso, acidente com as mãos ou nos olhos, por exemplo).
Cappellette Jr. conta o que motivou a compra dessas apólices no “Tá Seguro?”, videocast do InfoMoney que descomplica o universo dos seguros, no episódio desta semana já disponível no YouTube e nas principais plataformas de podcast (clique aqui para ouvir no Spotify).
Ele diz que a motivação para a compra do seguro de acidentes pessoais, realizada há cerca de dois anos, foi devido a lesões que ele enfrentou praticando esportes. Afinal, o dentista precisa utilizar quase o corpo todo (dos olhos aos pés, passando pelos braços e mãos) para manusear as ferramentas necessárias para o atendimento ao paciente no consultório.
“Eu acabei lesionando o meu ombro e tive que passar por duas cirurgias. Nesse período eu não conseguia atender. Ainda mais que a lesão foi no lado direito, eu não sou canhoto. Fiquei totalmente debilitado e eu não tinha o seguro. Hoje eu vi a importância de nós termos. Também já tive problemas no meu pé: jogando futebol, uma vez, rompi os ligamentos e eu não podia acionar o motor, aquele que faz o temido barulho no consultório e é temido por todos. Naquela ocasião também fiquei debilitado”, relata o profissional.
Já a outra cobertura, de responsabilidade civil profissional, Cappellette Jr. conta ter há mais tempo: a primeira contratação foi há mais de 10 anos. “Acho muito importante ter esse seguro porque hoje em dia [lidamos muito com] a expectativa do paciente, porque nós fazemos muitos tratamentos estéticos”, ressalta o cirurgião-dentista.
Ele alega que alguns desses tratamentos exigem a realização de cirurgias que mexem com a “parte esquelética” e os “tecidos moles da face”. Por isso, nem sempre fica exatamente igual ao esperado pelo paciente – que em muitos casos chega ao consultório com uma foto de um artista e pede para que o tratamento o deixe com as mesmas características vistas na foto.
O cirurgião-dentista conta ainda que os procedimentos que mais geram reclamações são os implantes. Contudo, ele acredita que as harmonizações faciais, que estão sendo cada vez mais demandas pelos pacientes, podem ser outra fonte de insatisfação futura e possíveis reclamações sobre os serviços prestados pelos colegas de profissão.