Susep quer política nacional de acesso ao seguro

26.09.2023 - Fonte: CQCS

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Precisamos de uma política nacional de acesso ao seguro. Esse é um dos grandes desafios regulatórios para a Susep. A afirmação foi feita pelo superintendente da autarquia, Alessandro Octaviani, ao participar do painel “O Impacto da Transformação Digital no Desenvolvimento do Setor de Seguros”, no segundo dia da Fides Rio 2023, que está sendo realizada no Rio de Janeiro. “O Brasil tem 210 milhões de habitantes, mas poucas pessoas têm seguro”, completou.

Segundo ele, outro grande desafio é a necessidade de aprimorar ainda mais a qualidade do que se vende e conectar a poupança popular aos grandes investimentos nacionais. “Não se pode vender pastel de vento. O seguro vendido tem que ter qualidade”, observou.

Segundo ele, a digitalização do mercado é fundamental para ajudar o setor e o órgão regulador a vencer os desafios.

Além disso, ele enfatizou a importância de se ter uma ambiência digital adequada aos novos tempos “Em 10 anos, o mercado terá consumidores que viveram a toda a vida em ambiente digital. O volume de vendas digitais só vai aumentar nos próximos anos. O Open Insurance pode ajudar a impulsionar esse processo”, pontuou.

Por fim, ele enfatizou que a contratação por meio digital demanda da Susep a necessidade de observar a conduta do mercado. Para Octaviani, o SRO (Sistema de Registro de Operações) vai ajudar nesse processo.

Por sua vez, o presidente da Porto, Roberto Santos, frisou que a internet empoderou o consumidor e trouxe a necessidade de mudanças no mercado de seguros, o que foi ampliado com a pandemia. “Tivemos que fazer em dois anos o que seria feito em cinco anos. Houve uma evolução não apenas tecnológica, mas também comportamental”, disse Santos.

Ele revelou que, na Porto, havia uma preocupação com a reação dos clientes quando se passou a fazer atendimento por meio de chatbots e o resultado foi surpreendente. “Fizemos uma pesquisa e a nota dada ao atendimento eletrônico foi bem superior à do modelo tradicional”, assinalou.

Já o presidente da BB Seguros, Ulisses Assis, declarou que a transformação digital foi acelerada na companhia e trouxe consequências extremamente positivas. “Dobramos os investimentos em TI. A transformação digital melhora a jornada do cliente e do vendedor. Investimentos em dados e temos, hoje, produtos customizados, comercializados de forma rápida e eficiente”, comentou.

Segundo ele, praticamente foi criada outra companhia. O volume de receita de prêmios gerada fora do banco, que era inexistente, somou R$ 1 bilhão em 2022 e atingiu R$ 900 milhões no primeiro semestre deste ano. “Queremos atingir R$ 2 bilhões em 2023. Então, saímos do zero para R$ 2 bilhões com as alterações feitas”, sublinhou o executivo.

O diretor-geral da Allianz Commercial LATAM, David Colmenares, também enfatizou a importância dos investimentos na transformação digital. Ele ressaltou, contudo, que o mais importante é pensar sempre no cliente em primeiro lugar. “Muitas vezes, as empresas pensam primeiro nos processos. Mas, é preciso verificar, antes, se o cliente entende esses processos e se estão percebendo a importância de ter um seguro. Vendemos segurança e o cliente precisa entender isso”, afirmou.

Por fim, o diretor Financeiro da BaoTech (Índia), Rajat Sharma, disse que é importante priorizar os “três Vs” (volume, velocidade e variação) para avançar no processo de transformação digital no mercado de seguros. “Se não tiver volume de negócios e rapidez, o negócio digital não funciona. Sem a variação ou customização de produtos também não se consegue avançar”, declarou.

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