Empresários brasileiros estão mais interessados no seguro empresarial
05.07.2023 - Fonte: Revista Apólice
Segundo dados da FenSeg, o produto arrecadou R$ 1,1 bilhão entre janeiro e abril deste ano, uma alta de 20% comparado com o mesmo período em 2022
O empresário brasileiro está mais interessado em proteger seu negócio. De acordo com dados da FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais), o seguro empresarial arrecadou R$ 1,1 bilhão entre janeiro e abril deste ano, um crescimento de 20% na comparação com o mesmo período de 2022.
O produto visa manter a integridade financeira das companhias, caso ocorra algum evento que possa colocar em risco a continuidade do negócio. Entre as suas coberturas, estão cobertos incêndio, queda de raio, explosão, fumaça, queda de aeronave, roubo de bens e valores, danos elétricos, vendaval, perda ou pagamento de aluguel, responsabilidade civil operações, lucro bruto e despesas fixas.
“O seguro empresarial garante a proteção diante de perdas financeiras, assegurando o pagamento dos fornecedores, as obrigações com seus colaboradores e o atendimento às necessidades dos clientes. Muitas empresas são construídas com recursos próprios, e algumas vezes com recursos de terceiros. Independentemente do caso, manter um seguro empresarial é como ter dinheiro em caixa para dar sequência no trabalho no caso de um imprevisto”, afirma Andréa Nogueira Soares, superintendente de Seguros Gerais Massificados da MAPFRE.
Segundo Clóvis Silva, diretor de Massificados e Frota da AXA no Brasil, a pandemia de Covid-19 e principalmente as mudanças climáticas acontecidas no Brasil, em especial ventos e chuvas, vem mudando a perspectiva de proteção do empresário e da população brasileira, que está passando a ter uma maior percepção do risco. “Entretanto, estamos muito longe do ideal, quando pensamos que a estimativa de penetração do seguro empresarial fica entre 20% e 30%. Cabe ao mercado segurador entender as necessidades das pessoas, acompanhando a mudança de cultura de risco do brasileiro”.
Outro fator que também elevou os resultados da carteira foi o número de novas organizações no país. De acordo com dados do Sebrae, o Brasil registrou a abertura de 3,9 milhões de empresas em 2022. A maioria delas, 3,6 milhões, são consideradas pequenos negócios, e 2,8 milhões se enquadram na categoria MEI.
Sidney Cezarino, diretor de Seguros Patrimoniais da Tokio Marine, reforça que a conscientização é fundamental para que esses empreendedores contratem o seguro empresarial, independente do tamanho do negócio. “Empresas com um capital menor têm mais chances de acabar sofrendo graves prejuízos financeiros em casos de imprevistos, correndo o risco até de precisarem fechar as portas. Como seguradora, fornecer informação, dados e repassar a importância do seguro empresarial para esses empresários é primordial para que estes se conscientizem e invistam em uma apólice que atenda suas necessidades. Além disso, o corretor é o maior aliado do segurado, pois ele vai saber identificar o tipo de proteção que cada cliente precisa”.
Entenda como está a sinistralidade da carteira
Em indenizações, os segurados receberam R$ 599 milhões entre janeiro e abril de 2023. Na Porto, segundo Jarbas Medeiros, diretor de Ramos Elementares e Transportes da companhia, foram pagos mais de R$ 110 milhões em indenizações no período e os sinistros mais recorrentes são os de eventos climáticos, como danos elétricos, vendaval e desmoronamento. No entanto, a seguradora notou também aumento nas ocorrências de incêndio, que muitas vezes apresentam maior severidade de danos.
“Acredito que uma das formas de levar o seguro empresarial para essas novas organizações é mostrando a elas os benefícios e vantagens de ter esse resguardo. Além disso, é importante sempre estarmos atentos aos novos modelos de negócios”, diz Medeiros.
Já na Mapfre, os sinistros mais comuns são também são danos elétricos, vendaval e alguns casos de Responsabilidade Civil. O Seguro Empresarial Massificado da empresa apresentou uma sinistralidade geral em torno de 40% em 2023 no acumulado até maio, informa Andréa.
A AXA no Brasil registrou uma queda de 9% no volume de sinistros pagos entre janeiro e abril, mas a empresa notou um aumento de volume de sinistros mais catastróficos, principalmente em incêndios e danos da natureza. “Entendemos que a prevenção e gerenciamento do risco são um caminho para mitigar estes eventos, bem como a manutenção dos riscos, que pioraram bastante em função do momento econômico que vivemos”, afirma Silva.
Na Tokio Marine, Cezariano diz que a sinistralidade da carteira girou em torno de 50% no período. Os principais sinistros no primeiro trimestre foram ocasionados por danos da natureza e em segundo lugar o incêndio. Além disso, o número de roubos nos negócios dos clientes da companhia também cresceu.