Mitigar riscos é tão prioritário quanto elevar as vendas, afirma CEO da Allianz
26.09.2023 - Fonte: Sonho Seguro
Eduard Folch, presidente da Allianz Seguros, patrocinadora platinum da FIDES RIO 2023, conversou com o Sonho Seguro sobre os desafios que o mercado segurador brasileiro tem à frente para saltar dos atuais 6,4% de participação no PIB para 10% até 2030, como sugere Programa de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PDMS), divulgado pela CNseg.
Segundo o executivo, alguns desafios enfrentados pela indústria de seguros brasileira são semelhantes àqueles que o mercado global também tem de responder. “O setor vem passando por transformações em seu modelo de negócios, cumprindo, ainda assim, a sua função social. Daqui em diante, a mitigação de riscos se tornará tão crucial quanto o aumento do volume de prêmios, para suprir as lacunas de proteção que nossa sociedade enfrenta e manter a sustentabilidade financeira das empresas que operam na indústria”, afirma.
Como exemplos, ele cita as catástrofes naturais menos previsíveis e, portanto, com padrões alterados. Aqui no Brasil isso pôde ser visto nos eventos ocorridos recentemente, em cidades do Rio Grande do Sul e no Litoral Norte de São Paulo. Outro aspecto importante foi revelado pelo ‘Relatório Global de Seguros Allianz’, de 2023, que analisa o desenvolvimento do mercado em todo o mundo.
O estudo aponta que, em termos econômicos, atuar em um ambiente inflacionário será desafiante nos próximos anos. Ainda segundo o Relatório, a inflação pode aumentar 1% ao ano devido a cinco fatores estruturais: demografia, ‘desglobalização’, descarbonização, digitalização e dívida. “E mesmo que a indústria de seguros não possua capacidade de controlar diretamente a inflação, pode desempenhar um papel de reduzir os impactos dos ciclos econômicos, funcionando como uma espécie de amortecedor”, destaca Folch.
Um fator também global, acrescenta, é o envelhecimento da população, com impactos diretos no seguro de vida e na previdência. O ‘Relatório Global Previdenciário’, da Allianz, deste ano, cita que o pacto intergeracional requer atenção. Isso quer dizer que as taxas de natalidade não estão evoluindo conforme o esperado e o índice global de dependência de idosos deve aumentar significativamente, passando dos atuais 15,1%, para 26,3% até 2050 – no Brasil, o último índice provavelmente alcançará os 34,7%. Estes dados demonstram o quanto as seguradoras precisam gerenciar o risco da longevidade.
“Também considero que a capacidade de adaptação das companhias será cada vez mais posta à prova. Tanto a tecnologia quanto o capital humano das empresas precisarão se ajustar rapidamente às mudanças do mundo atual. Neste contexto, é fundamental estar atento à constante evolução das demandas dos clientes, diversificação das ferramentas de distribuição e crescente entrada das empresas ‘techs’ no mercado. A tecnologia, particularmente com a análise de dados, desempenha um outro papel em uma questão relevante: o de combate às fraudes”, enfatiza o CEO da Allianz.
Para concluir, o executivo ressalta que a superação de muitos destes desafios pode ser alcançada identificando tendências e necessidades de distribuidores e consumidores conectadas à nova realidade social e econômica. “Estas demandas podem ser resolvidas por meio de soluções diferenciadas, principalmente em um ambiente altamente competitivo como o da nossa indústria. Aplicar inovações, que vão além de conformidades regulatórias, e que desburocratizem processos, promovam eficiência operacional, resultem em ganho de escala e, acima de tudo, atendam aos anseios de diferentes perfis de públicos, por meio de produtos e serviços, são formas de fortalecer a base de segurados, crescer nos mercados de atuação e diversificar os negócios”, informa.
Folch afirma que o foco da Allianz está cada vez mais voltado para a experiência, para que as jornadas, da cotação ao possível sinistro, sejam simples e intuitivas, “com o corretor atuando como consultor especializado em riscos, já que estes últimos, inclusive, têm passado por transformações significativas”.