No seguro residencial, serviços pesam mais que cobertura na escolha do consumidor

01.11.2023 - Fonte: O Globo

ded-14

Clientes se interessam menos pela cobertura tradicional que pelos benefícios do seguro residencial

Para muita gente não há nada mais sagrado que a própria casa. Mas não chegam a 20% do total os santuários particulares protegidos com um seguro residencial no país. É um produto tradicional, que surgiu com prêmios baixos e a cobertura básica contra incêndio, raios e explosões, mas que não parou no tempo.

O seguro residencial cada vez mais atrai consumidores com assistência técnica e serviços como pequenos reparos. As coberturas já podem contemplar painéis solares e estações de carregamento de carros elétricos e até benefícios para animais de estimação.

Esses atrativos chamaram a atenção da produtora cultural Julia Ricciardi, de 32 anos, quando ela começou a buscar um novo seguro residencial. Até agora, ela só tinha um básico, disponível no seu banco. No entanto, percebeu que pode ter vantagens com uma apólice que a dispensasse de contratar aqueles serviços de manutenção necessários e para os quais nem sempre é fácil achar um profissional de confiança.

— Eu sempre tive seguro pensando mais em proteger meu apartamento em caso de um grande sinistro, como um incêndio. Nunca usei para assistência técnica e reparos, apesar de sempre ouvir amigos comentando que contavam com esse tipo de serviço nos seus seguros. Agora, que preciso renovar a apólice, vou aproveitar para buscar um mais completo, que me ofereça essas facilidades — diz.

Cliente quer usar

Para conquistar consumidores como Julia, as seguradoras têm ampliado os serviços nos seguros residenciais, já que a maioria das pessoas não espera ter que usar a cobertura básica obrigatória, que protege o imóvel de danos graves.

— Os serviços acabam sendo o real motivo de compra do seguro residencial, porque a assistência é algo que o segurado compra querendo utilizar — observa Magda Truvilhano, vice-presidente da Comissão de Riscos Patrimoniais Massificados da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).

Para agrupar uma grande variedade de coberturas e serviços, a Porto tem hoje quatro modalidades de seguro residencial. Na apólice mais completa, o segurado conta até com auxílio funeral familiar, cobertura para roubo de bicicletas dentro e fora do imóvel, proteção de joias e relógios e ainda serviços para o pet, além de coberturas para danos em pequenas reformas ou instalações e até assistência para carros de colecionadores.

Na Zurich, a cobertura alcança os carregadores de carros elétricos, que começam a ficar mais comuns em residências. A empresa também faz descarte ecológico de bens, como colchões ou eletrodomésticos velhos. Um destaque é a cobertura de responsabilidade civil domiciliar, explica Ismael Andrade, superintendente de Seguros da Zurich:

— Se o segurado estiver andando na rua com o seu cachorro, e o animal atacar outra pessoa, por exemplo, os danos estarão cobertos pelo seguro, mesmo que o acidente tenha acontecido longe de casa.

Em meio a tantas opções, a recomendação de Magda Truvilhano, da FenSeg, é analisar os detalhes das apólices para verificar qual modalidade se encaixa melhor nas necessidades da família. Em alguns casos, pode ser que mesmo a opção mais básica já ofereça tudo que o segurado precisa.

Para Andrade, da Zurich, outro atrativo do seguro residencial é o preço, que segundo ele sai em média por um quarto do valor de um seguro de automóveis.

— Muitas vezes as pessoas têm receio de contratar o seguro residencial acreditando que será mais caro que o do carro, por ser um bem de maior valor. Mas é o contrário. E o custo-benefício vale muito, porque há vários serviços incluídos.

Notícias Relacionadas