O Seguro Pay Per Use cresce e demonstra tendência ao uso de tecnologias ainda mais disruptivas

16.01.2023 - Fonte: Insurtalks

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Apesar de parecer que o Seguro Pay Per Use (ou Seguro baseado no uso, como também é chamado) é novo, ele já existe há cerca de 3 décadas. No entanto, não era tão conhecido, nos últimos tempos ele se tornou bastante falado e, dentre os motivos, um deles é o fato de as Companhias de seguros em muitos países estarem lucrando ao oferecer apólices baseadas no uso, ao mesmo tempo em que os clientes economizam.

O surgimento

De acordo com Verisk, o seguro baseado em uso foi concebido pela primeira vez na década de 1960 nos Estados Unidos, em uma época em que as tensões com a ex-União Soviética eram altas. O governo dos EUA, por meio de sua preocupação com a segurança nacional e a ameaça nuclear, financiou o desenvolvimento da tecnologia do sistema de posicionamento global – também conhecido como GPS. Originalmente destinado a aplicações militares, acabou se tornando uma ferramenta para aplicações civis. Este desenvolvimento tornou-se a base para tecnologias e soluções telemáticas.

A evolução

Após a popularização da internet, especialistas passaram a desenvolver e aplicar tecnologias telemáticas a um público mais amplo e a uma variedade de casos de uso. Depois que os sistemas de transmissão de dados evoluíram, a navegação GPS para veículos virou realidade, dando origem à possibilidade de usar as mesmas tecnologias para monitorar e experimentar a segurança rodoviária e os dados de direção.

O divisor de águas na indústria foi o avanço tecnológico

Não é difícil concluir que o seguro Pay Per Use é resultado de longas décadas de avanço da tecnologia, já que muitos conceitos e inovações, em andamento há décadas, precisaram finalmente se concretizar para que o seguro baseado em uso pudesse existir. A partir do momento que se estabeleceu, essa modalidade de seguro passou a crescer exponencialmente.

Crescimento de mais de 100 bilhões até 2026

De acordo com o Global Usage-Based Insurance Market Report 2022, espera-se que o setor cresça para US$132,02 bilhões até 2026, com um CAGR – Taxa de crescimento anual composta – de 24,9%.

Expansão estável

Mesmo com muitas instabilidades no mercado, o crescimento a longo prazo é estável, segundo o relatório. Além disso, as previsões de especialistas não detectam nem mesmo um sopro de desaceleração até pelo menos 2031. Ao contrário, as tendências apontam para o uso de tecnologias ainda mais disruptivas.

Soluções de primeira notificação de risco

Simon Dicks , Gerente de Canal de Seguros da Lytx , uma insurtech de gestão de frotas, explicou que a primeira notificação de risco é um passo à frente da primeira notificação de perda é a forma de avaliar o risco antes que um acidente aconteça e evitar a ocorrência. Dito isso, as soluções de primeira notificação de risco dispararam nos últimos 24 meses, nos EUA, e estão causando um impacto ainda maior nas estradas, à medida que os sistemas de seguros legados lutam para competir com a velocidade e a precisão da telemática.

Sistemas de detecção de colisão

Outra tendência de tecnologia disruptiva apontada são as reivindicações aceleradas para agilizar os pagamentos (especificamente na indústria automotiva). As reclamações aceleradas serão acionadas por sistemas de detecção de colisão no dispositivo.

Tecnologia usada no Seguro por uso vai agilizar o pagamento dos sinistros

Uma das principais causas de atrasos nos pagamentos das seguradoras é decifrar e contatar todas as partes envolvidas no acidente. Antes das soluções digitais, isso representava problema logístico sério e significava que os proprietários de veículos tinham que esperar muito para serem compensados pelos danos. No entanto, o seguro Pay Per Use já está oferecendo produtos que resolvem esses problemas de maneira rápida e eficiente, usando os dados para avaliar a situação do local do acidente.

Monitoramento em tempo real permitirá personalização refinada da cobertura

A telemática já identifica, hoje, algumas práticas inseguras do motorista. No entanto, o que é visto é uma parcela do comportamento dos motoristas e, infelizmente, isso pode afetar criticamente o nível e o custo da cobertura para a qual eles se qualificam. O monitoramento em tempo real permitirá a personalização refinada da cobertura por meio do perfilamento multimodal do comportamento do motorista. Essa possibilidade de monitoramento em tempo real será cada vez mais disponibilizada à medida que as redes 5G permitirem maior volume e maiores capacidades de transferência de dados.

Um campo vasto de possibilidades

O seguro baseado no uso está crescendo, não apenas porque recompensa o segurado por seu comportamento ao dirigir ( até mesmo porque a premissa tem seus dois lados – comportamentos inadequados são punidos). A questão é que o mundo caminha para a hiper personalização de produtos e serviços e, na indústria de seguros, não é diferente.

A questão é que a modalidade de seguros Pay Per Use representa um campo de possibilidades muito maior, tanto quando se trata de uma oferta mais justa como quando acelera o uso de tecnologias ainda mais disruptivas, já que, em sua essência, o Seguro por uso tem a ideia de contextualizar cada vez mais as jornadas do motorista. Para isso, nada melhor que o uso de ferramentas tecnológicas que forneçam um nível altíssimo de refinamento de dados para que a cobertura do seguro seja ajustada não apenas ao motorista ou ao carro em si, mas na situação específica na qual o sinistro ocorreu.

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