Seguro de Carro cobre vandalismo? Veja o que dizem especialistas

14.12.2022 - Fonte: Metrópoles

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A noite de protestos bolsonaristas em Brasília terminou com atos de vandalismo e carros e ônibus depredados. Passado o susto, trabalhadores da capital federal que tiveram seus veículos quebrados ou incendiados recorrem aos seguros para ressarcir os prejuízos. Mas as apólices cobrem danos por vandalismo? O Metrópoles conversou com especialistas, que afirmam que “tecnicamente não tem cobertura”.

Segundo o presidente da comissão de seguro auto da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Marcelo Sebastião, 50 anos, existe uma cláusula em que são listados os riscos excluídos da cobertura. Entre eles, incêndios, vandalismo, tulmutos, protestos e manifestações.

Para ele, a seguradora deve fazer uma avaliação individual em casos de vandalismo. Sebastião, no entanto, reitera que não há cobertura para esse cenário. Mesmo assim, os clientes podem acionar a assistência 24h para deslocar o veículo para uma oficina ou ferro-velho.

O presidente da FenSeg recomenda que após qualquer danificação nos automóveis, o assegurado procure seu corretor para uma análise da situação.

De acordo com o advogado Mike Carvalho, 29, o primeiro passo deve ser acionar o seguro. Mas com a negativa encontrada na cláusula de menção de exclusão, deve-se buscar ajuda jurídica. “O poder Judiciário reconhece que ambas partes não estão em pé de igualdade por meio do CDC (Código de Defesa do Consumidor)“, diz Carvalho.

Ele aconselha também que antes de abrir um processo contra a seguradora, o cliente analise a abrangência da modalidade do seguro contratado.

Por que não existe seguro em casos de vandalismo?

O vandalismo ser uma prática de “natureza rara” dificulta uma possível precificação do dano para calcular a cobertura securitária, de acordo com Sebastião.

Ainda segundo ele, mais de 90% das apólices vendidas são de origem do seguro compreensivo, conhecido como seguro total ou seguro completo. O presidente afirma que a maioria dessas apólices tem uma cláusula para riscos excluídos da cobertura, com o vandalismo entre eles.

Porém, cada seguradora pode verificar os casos de maneira individual. A partir de metódos próprios de avaliação, elas podem econtrar exceções, mesmo que ainda não exista cobertura para essas situações.

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